terça-feira, 6 de março de 2007

Morfe ou morfema?

Um morfema é uma «unidade mínima de significação, de natureza gramatical ou lexical» (DLPC); é de natureza abstrata e tem valor gramatical distintivo. – Um morfe constitui a realização do morfema. Muitos morfemas são realizados por um único morfe; por exemplo, na palavra cantar, temos o morfe {cant-} (representado com chavetas), que se mantém ao longo da conjugação: canto, cantei, cantava… – Fala-se em alomorfe, quando um morfema é realizado por dois mais ou mais morfes diferentes; p. ex., em Portugal, o morfema nov- que ocorre em novo tem dois alomorfes (de novo representados com chavetas): {nôv-} em novo e {nóv-} (com [ó] aberto) em nova. – Os problemas na descrição dos morfes conduziram mais tarde à criação de mais termos. Um morfe “portmanteau” é um traço formal que pode ser atribuído a mais do que um morfema; por ex., em fiz (1.ª pessoa do pretérito perfeito do verbo fazer) temos como que uma amálgama de três morfemas diferentes, um que é relativo à 1.ª pessoa do singular (eu); outro, pertencente ao pretérito perfeito; e finalmente um terceiro, que indica o modo indicativo.
O morfe vazio consiste na ocorrência de um traço formal que não corresponde a nenhum morfema; p. ex., em cafeteira surge um {t} que não se pode associar a nenhum morfema.
Um morfe zero corresponde à inexistência de traços formais que marquem um dado morfema. Por exemplo, na palavra mar pode-se deduzir um morfema zero a partir da forma do plural mares. Com efeito, o plural (correspondente ao acrescentamento de um s) permitiria supor que o singular fosse mare, em que {-e} poderia ser interpretado como estando a representar um morfema do singular. Contudo, o que existe é mar, sem -e final, pelo que, em termos teóricos, se assume que há um morfema que não tem materialidade fonética – em suma, estamos perante um morfe zero.

Emprego da Crase

EMPREGO DA CRASE
CONCEITO:
Fusão ou contração de dois "a" (a+a) num só (à, marcado pelo acento grave), sendo um deles preposição e o outro artigo feminino ou pronome demonstrativo.
CASOS DE EMPREGO DA CRASE
_ Emprega-se a crase quando houver uma palavra de sentido incompleto que venha seguida da preposição "a", mais o artigo feminino "a" no singular ou plural, antes de substantivo feminino determinado.
Exemplos:
Pedro dirigiu-se a (preposição) + a (artigo) praça. Pedro dirigiu-se à praça.
Ana dedica-se a+a igreja todo o tempo. Ana dedica-se à igreja todo o tempo.
Meu tio era fiel a+a disciplina militar. Meu tio era fiel à disciplina militar.
Todos estamos sujeitos a+as leis de Deus. Todos estamos sujeitos às leis de Deus.
O rei ficava indiferente a+as súplicas do povo. O rei ficava indiferente às súplicas do povo.
Você deve obedecer a+as normas do colégio. Você deve obedecer às normas do colégio.
_ Em função de só poder haver crase quando da contração da preposição "a" com o artigo feminino "a", conseqüentemente não haverá crase antes de nomes masculinos, verbos, pronomes indefinidos.
Exemplos:
Os camponeses iam a pé para o trabalho, mas o capataz ia a cavalo.
O baile será promovido a partir das 20 horas.
Tenho muito a receber de indenização.
Com essa blusa não irei a nenhuma festa.
Ela lançava olhares maliciosos a certo rapaz no restaurante.
_ Também não acontecerá a crase antes de nomes próprios de cidade e da palavra "casa", a não ser que venham determinados.
Exemplos:
Amanhã regressarei a Brasília. Amanhã regressarei à Brasília de meus sonhos.
Cansado, chegou tarde a casa. (Não há artigo definido antes da palavra casa quando se refere a sua própria casa: "Fiquei em casa", "Venho de casa".)
Cansado, chegou tarde à casa de seus pais.
_ Igualmente, não haverá crase antes dos vocábulos "cuja", "quem", "ela", "esta", "essa", "mim", "você", "vossa senhoria", "vossa excelência", etc.
Exemplos:
Este é o policial a quem devo minha vida.
Hoje foi empossada a nova diretoria a cuja determinação devemos de agora em diante obedecer.
Dei a ela uma bela flor e ela ofereceu a mim um lindo sorriso.
Darei a esta criança abandonada todo meu carinho.
Falarei a você todos os detalhes do filme.
_ Entretanto, existem alguns pronomes demonstrativos e de tratamento (como os pronomes referentes às mulheres) que aceitam a anteposição do artigo feminino, favorecendo, assim, o surgimento do fenômeno da crase.
Exemplos:
Contarei tudo à senhora (à senhorita, à madame, à dona, à dama, etc.)
Darei todos esses livros à mesma pessoa.
Só devolverei o dinheiro à própria dona.
Observação: Quando somente acontecer um simples "a" antes de um substantivo feminino plural, não ocorrerá a crase logicamente por falta do artigo.
Exemplos:
Esta lei se destina a casadas e solteiras. Neste Congresso, falarei apenas a mulheres.
Note-se, no entanto, uma pequena alteração semântica na frase, se houver a presença do artigo feminino, passando-se de um sentido mais genérico (como no caso dos exemplos acima), para um sentido mais restrito.
Exemplo: Neste Congresso sobre sexualidade, falarei em especial às mulheres. (Aqui, pressupõe-se um grupo, uma platéia, onde as mulheres configuram uma parte desse grupo.)
_ Nas locuções adverbiais (expressões que indicam circunstâncias de tempo, lugar, modo, etc.), recomenda-se o emprego do acento grave nas formadas de "a" mais palavra feminina no singular.
Exemplos:
Rita disse que chegaria à noite. (tempo)
Paulinho só comia à força. (modo)
A canoa estava à margem do rio. (lugar)
Miguel adora viver à toa.
(Como locução adverbial de modo, significando "a esmo, ao acaso, sem fazer nada, em vão" referindo-se ao verbo, à toa não leva hífen: "Passou a vida à toa"; "Anda à toa pelas ruas"; no entanto, quando aparece como adjetivo junto a um substantivo, significando "inútil, desprezível, desocupado, insignificante", à-toa deve ser escrito com hífen: "Era uma mulher à-toa"; "Não passava de um sujeitinho à-toa".)
Eles travaram um duelo à espada. (instrumento)
Prefiro escrever cartas à caneta do que à máquina. (instrumentos)
Pedro foi ferido à bala. (instrumento)
Outras locuções adverbiais muito empregadas: à beça, à deriva, à frente, à luz (dar à luz), À MÃO, à parte, à revelia, à tarde, à última hora, à unha, à vontade, às avessas, às claras, às ordens...
Incluem-se nessas expressões as indicações de horas especificadas.
Exemplos: à meia-noite, às duas horas, à uma hora, às três e vinte, etc.
Observação: Não confundir com as indicações não especificadas como: "Isso acontece a qualquer hora"; "Estarei lá daqui a uma hora".
_ Será facultativo o emprego da crase quando também for livre o uso do artigo. Isto acontecerá antes de nomes próprios de pessoas e antes de pronomes possessivos.
Exemplos:
Ofereci um presente a (à) Bruna.
Entregue essa documentação a (à) minha assessora que depois devolverá a (à) sua secretária.
Observação: Note-se que, quando se deseja mostrar mais intimidade com a pessoa de quem se fala, o emprego do artigo feminino junto à preposição é mais aconselhável. Todavia, se o tratamento é puramente formal, ou se a pessoa se tratar de personalidade pública, recomenda-se somente o emprego da preposição, não acontecendo, dessa forma, o fenômeno da crase.
Exemplos:
Contarei tudo à Raquel, minha melhor amiga.
Dedico esta homenagem a Rachel de Queiroz.

quinta-feira, 1 de março de 2007

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